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Maíra Dietrich

BIO

A prática artística de Maíra Dietrich acontece no entrelaçamento entre linguagem, corpo e forma.

ANO DA RESIDÊNCIA

2025

ORIGEM

1998. Florianópolis, Santa Catarina.

Maíra Dietrich (Florianópolis, 1988) é artista visual, editora e pesquisadora. Sua formação inclui bacharelado em Artes Visuais pela UDESC, mestrado em Fine Arts pelo KASK & Conservatorium/School of Arts Gent (Bélgica) e pós-mestrado no programa Art by Translation (França). Se trabalho está entre vídeo, instalação, performance, texto e edição, explorando as relações entre linguagem, corpo e materialidade. Desde 2012, coordena o selo editorial A Missão, dedicado a textos de artista, e colabora com editoras independentes. Já participou de exposições e residências no Brasil, Europa e América Latina, com trabalhos apresentados em instituições como auroras (SP), Paço das Artes (SP), MAP (Bélgica) e Fundación ACE (Argentina).

A prática artística de Maíra Dietrich acontece no entrelaçamento entre linguagem, corpo e forma. Numa abordagem que vai além de fronteiras fixas entre texto e presença, palavra e gesto, a artista investiga os modos como o corpo produz linguagem, mas também é por ela moldado, atravessado e reconfigurado. Suas obras operam como dispositivos de dialogo e ressonância, onde a matéria—seja ela papel, voz, imagem ou silêncio—revela camadas de significação que escapam à linearidade.

A linguagem, em toda sua instabilidade e maleabilidade, é um eixo central em sua pesquisa. Não como instrumento de comunicação, mas como campo de experimentação formal. Dietrich fragmenta, desloca e recombina palavras e signos, abrindo espaço para o erro, para a dúvida e para o intervalo. Seu trabalho frequentemente se apresenta em estruturas que lembram partituras ou cenas, onde a leitura é uma ação performativa e o espectador é convocado a estar nesse tempo expandido de construção do sentido.

Há no trabalho uma atenção aguda à fisicalidade do texto: letras que se tornam matéria, vocábulos que ganham volume, frases que se inscrevem no espaço como esculturas de pensamento. Ao explorar o tangível da linguagem, Dietrich tensiona as convenções da escrita e da leitura, propondo um engajamento sensorial e afetivo com o signo. O corpo—seu e dos outros—é ao mesmo tempo suporte e interlocutor.

Sua obra se dá também no espaço no editorial, compreendendo o livro como extensão da performance e o texto como corpo a ser ativado. Nesse sentido, sua atuação A Missão e sua colaboração com editoras independentes não são desvios de sua produção artística, mas parte de uma prática que entende a arte como campo de circulação, tradução e deslocamento contínuo.

Maíra Dietrich constrói, assim, uma poética que se move entre o visível e o legível, o dito e o não-dito, propondo um estado de atenção ao que escapa à narrativa. Ao identificar os limites da linguagem e sua inscrição no corpo, sua obra nos convida a escutar, a ler e a habitar o que os vazios também podem dizer.
Com uma abordagem conceitual e baseada em pesquisa, sua prática envolve objetos escultóricos, projeções de vídeo mapeadas, instalações mecatrônicas, truques, peças teatrais (e mais) brincando com a ideia de animar objetos e elementos de infraestrutura. O interesse nas artes dramáticas conferiu uma teatralidade a esses objetos e instalações que são animados por movimentos mecânicos e interpretam dramaturgias e coreografias; frequentemente em um exercício de repetição que não leva a nenhuma catarse, mas, em vez disso, começa a revelar o funcionamento das próprias máquinas. Ou seja, muitas vezes operando com um centro de atenção vazio (ou um significado unívoco) – a ideia de ausência é recorrente – esses sistemas brincam com opacidade e transparência, mostrando nada além de seu próprio funcionamento, suas lógicas internas de comunicação e relações de poder. Mais recentemente, procedimentos de desorientação e prestidigitação com interesse especial em investigar infraestrutura institucional foram incorporados à pesquisa. Evidentemente, em um âmbito semelhante, questões relacionadas à circulação no sistema de arte (e seus tópos) e especificidade do local também são exploradas.

Esses dispositivos autônomos não apenas substituem atores humanos, como geralmente atuam apenas para si mesmos, especulando assim sobre um possível cenário pós-antropocênico. Dentro dessa atmosfera teatral, a instabilidade e as falhas dessas máquinas frágeis adicionam algum tipo de personalidade às suas performances. Deve-se notar que, apesar da teatralidade, os procedimentos minimalistas são geralmente cirúrgicos (simples e precisos), oferecendo pouco espaço para situações abertamente dramáticas. Eles compartilham qualidades com a figura do trickster: por mais manipuladores que possam ser, há sempre a elegância de uma “prestidigitação” bem executada.

Suas exposições e projetos individuais recentes incluem “Vaudeville”, Pedro Cera (Lisboa, 2023); “cabeça oca espuma de boneca”, SESC Pompéia (São Paulo, 2022); e “A. E A de novo.”, auroras (São Paulo, 2021). Participou de exposições em instituições como Pinacoteca do Estado de São Paulo (2021); Videobrasil (2021); Museu Oscar Niemeyer (2022); Bienal SUR (2021); Instituto Moreira Salles (2020); SESC (Pompéia, 2022; Pinheiros, 2022; Ribeirão Preto, 2019; Distrito Federal, 2018); CCSP – Centro Cultural São Paulo (2018); MAC-USP Museu de Arte Contemporânea (2017); Museu de Arte de Ribeirão Preto (2020; 2017; 2015); Galeria Vermelho (2017; 2018, 2019); as três em colaboração com o grupo de pesquisa Depois do Fim da Arte que integrou por seis anos. Seu trabalho está presente em coleções públicas e privadas como as da Pinacoteca do Estado de São Paulo, a coleção moraes-barbosa, o Instituto PIPA, Videobrasil e do British Museum.

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